Um dia lá bem no passado, pensava em como seria o meu futuro, qual a sua cor, qual o seu cheiro, questionava-me se alguma vez iria encontrar a minha outra metade.
Idealizei tantos sonhos, dei passos e passos em busca deles, sem nunca perder a esperança de encontrar o meu destino.
Sempre soube que seria uma eterna romântica.
Quando ouvia a palavra amor, sonhava acordada com dedos entrelaçados, com olhares profundos, com sorrisos apaixonados, com palavras ditas em silêncio.
Lembro-me de questionar a minha mãe acerca da palavra Amor, do seu significado, da sua dimensão, de como saber se sentia amor por alguém. Ela explicou-me que haviam vários tipos de amor, todos diferentes, todos iguais.
Na altura não percebi bem o significado das suas palavras, mas hoje, hoje tudo faz sentido.
Com o tempo, fui-me apercebendo que sentia amor por muitas pessoas, pelos meus pais, irmãos, amigos, amores esses, bastantes distintos entre si mas com o mesmo fundo. Descobri que não há amores maiores ou menores, apenas diferentes, com intensidades diferentes, com rituais diferentes e que é impossível compara-los.
Mas houve um dia em que um sentimento novo me invadiu, sentimento esse que me deixou completamente incrédula, parada, quieta. Era um sentimento desconhecido, um sentimento que me fazia sentir sensações completamente distintas do que até aqui tinha sentido.
Nesse momento tive a certeza que tinha encontrado o meu destino, pura e simplesmente reconheci-o.
Não o procurei, não rezei que aparecesse, simplesmente tinha a certeza que algures neste mundo existia a outra metade de mim, por isso naquele momento foi mágico.
Não há explicação para o que se sente, a única coisa que posso descrever é o calor que fez no meu coração quando olhei pela primeira vez o meu amor.
Desde esse dia nunca mais nos largamos, reforçamos tudo o que nos une, unimos as diferenças e conseguimos ultrapassar aquilo que se foi impondo ao longo dos dias.
Se um dia irei conhecer outras formas de amor?
Não sei.
Mas duma coisa tenho a certeza: como este mais nenhum.
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